sábado, 26 de fevereiro de 2011

bittersweet

E se o calor do Sol me tocasse
e eu não sentisse nada?
Se tivesse esse prazer vetado,
que bem me faria?
Ou se fosse, então, insensível,
à amena brisa matinal
e não sentisse o aroma de gramíneas
que ela traz por gentileza?
A falta desses detalhes levaria
de minha vida toda a beleza.

Mas e se eu fosse imune
às pancadas gélidas do granizo,
ao queimar nocivo da chama,
à doença que o corpo inflama,
não seria maravilhoso?
Não seria maravilhoso.
Estaria eu abrindo mão do calor,
da brisa, do aroma de gramíneas,
da beleza, da vida,
da beleza da vida.

Prefiro sentir tudo a sentir nada,
A bonança e a tempestade são lados
da mesma moeda.

2 comentários:

  1. Você me fez um bem enorme sem pretensão alguma, sabia? Obrigada, rs.

    (deposite aqui um pouquinho do seu talento) Menina, você escreve e desenha incrivelmente bem!

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  2. De verdade? Fiquei feliz! Ganhei o dia, mocinha. Eu que te agradeço.

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