sábado, 20 de agosto de 2011

qualquer manhã

Eu encontrei a porta escancarada de manhã
E um bilhete seu, gentil e reticente,
Dizendo que logo voltava,
Pedindo que eu esperasse.
Amassei-o, indiferente, e pensei
"Enfim, acabou esse impasse!"
Coloquei de volta as margaridas na janela
E joguei fora suas garrafas vazias.
Qualquer resquício de saudade eu guardei
No fundo da gaveta de calcinhas.
Aposentei aquele cinzeiro fedorento,
Troquei-o por um jardim japonês.
Procurei o resto de amor pra jogar fora,
E percebi que havia acabado há mais de mês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário